Como educadora, acredito em uma educação capaz de produzir frutos que ultrapassem a barreira da discriminação e da injustiça social, e que, acima de tudo, forme um ser humano reflexivo capaz de respeitar a si e o outro. Consciente da necessidade de transformação social que eleva o homem, dentro dos princípios cristãos, e que entende a liberdade co-relacionada com a responsabilidade,
A Educação, em especial pautada nos valores cristãos, precisa priorizar o desenvolvimento da religiosidade, gratidão, ética e cidadania. Um dos desafios é formar cidadão consciente de seu papel em sociedade como sujeito ativo e pronto para escrever sua história e transformar o espaço social. A evolução do homem diante da globalização da economia levou-o a desenvolver a cultura do individualismo, onde a figura central do sujeito passou a ser ele mesmo. A competição é muito grande e todos acabam por se tornar um concorrente em potencial. Parece que o Narcisismo foi capaz de contaminar a sociedade. Ficamos em nossas mãos com seres humanos em formação durante um longo período e, por incrível que pareça, pouco conseguimos atingi-los para a construção de um cidadão pleno. Nossos jovens têm conseguido sair do período de escolarização com a cabeça mais cheia de informações do que com o coração cheio de motivações para a transformação da sociedade da qual fazem parte. Esta proposta nos coloca sobre a necessidade de nos abrirmos para o diálogo, para o debate. Nossos jovens a cada instante nos desafiam com atitudes que parecem querer nos provocar. Mas, no fundo, clamam que lhes demos limites e regras. Sentem falta de um olhar de direcionamento.
Precisamos nos fortalecer emocionalmente para sermos questionados, negociarmos algumas propostas, desde que estas não firam os princípios defendidos pela ética. Na verdade, é conquistar os jovens, estabelecendo uma parceria em que entendam que há sobre eles uma hierarquia que deve ser considerada e respeitada. E, ao serem colocadas as regras, que eles as entendam; é impossível conseguir atingir a todos no mesmo grau de entendimento e satisfação sobre as mesmas. E, enquanto humanos, a cada dia aprendemos a conviver com as divergências e as diferenças, pois assim, são constituídas todas as instâncias da vida em sociedade. A educação pelo diálogo deveria prevalecer a todo instante. O sim, o não, o como e o porquê têm de ser bem explicitados na dinâmica escolar. Portanto, não percamos de vista que o aluno da sociedade pós-moderna é outro, e nosso desafio é educá-lo para a grande aldeia global que precisa ser transformada.
(Edna Filgueira)